O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, decidiu incluir na agenda de julgamento da Primeira Turma da Corte uma acusação contra dois parlamentares do PL e um suplente, também do partido, envolvidos na negociação de emendas. A denúncia contra Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE), suplente, foi encaminhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto do ano passado.
A Procuradoria alega que “os elementos informativos demonstram, portanto, que os denunciados formaram organização criminosa, liderada por Josimar Maranhãozinho, voltada à indevida comercialização de emendas parlamentares”.
Seis outras pessoas também foram incluídas na acusação. “Estou tranquilo. Não vejo nada que me comprometa nisso aí. Espero que, após apresentar minhas alegações, a denúncia nem seja recebida”, afirmou Maranhãozinho (PL-MA) a o Globo.
A acusação detalha que, entre janeiro e agosto de 2020, os deputados Josimar, Gil e Bosco Costa pediram a um prefeito de uma cidade no interior do Maranhão o pagamento de uma vantagem ilícita. A quantia solicitada foi de R$ 1,7 milhão, e, em troca, cerca de R$ 6,7 milhões em emendas parlamentares seriam alocados para o município.
Troca de mensagens
A investigação revelou trocas de mensagens entre Josimar, Pastor Gil e João Bosco, discutindo a distribuição das emendas. Em um exemplo, em dezembro de 2019, o pastor perguntou a Josimar sobre as cidades que deveriam ser contempladas. “Dei 1.048.000 para São José de Ribamar”, foi a resposta de Josimar. A liberação dos recursos foi, de fato, realizada, conforme consta na denúncia.
Em um vídeo divulgado no ano anterior, o deputado Josimar Maranhãozinho aparece entregando uma caixa com dinheiro a um aliado. As imagens foram registradas durante a Operação Descalabro, um segundo inquérito no qual Maranhãozinho também é investigado por desvios de verbas públicas.
Na investigação, a Polícia Federal concluiu que Maranhãozinho desviou valores de emendas parlamentares destinadas a prefeituras do Maranhão, efetuando pagamentos a empresas de sua ligação. Os valores eram retirados em espécie e devolvidos ao parlamentar, que os redistribuía entre seus aliados.
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